Viver é como andar de bicicleta. É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.

Albert Einstein

segunda-feira, 15 de março de 2010

Elogio Barroco da Bicicleta

Redescubro, contigo, o pedalar eufórico
pelo caminho que a seu tempo se desdobra,
reolhando os beirais – eu que era um teórico
do ar livre – e revendo o passarame à obra.
Avivento, contigo, o coração, já lânguido
das quatro soníferas redondas almofadas
sobre as quais me etangui e bocejei, num trânsito
de corpos em corrida, mas de almas paradas.
Ó ágil e frágil bicicleta andarilha,
ó tubular engonço, ó vaca e andorinha,
ó menina travessa da escola fugida,
ó possuída brincadeira, ó querida filha,
dá-me as asas – trrim! trrim! – pra que eu possa traçar
no quotidiano asfalto um oito exemplar!
 
 
Alexandre O’Neill

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