Viver é como andar de bicicleta. É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.

Albert Einstein

domingo, 14 de fevereiro de 2010

As mais-valias de uma planificação adequada - parte 2

TREINAR A RESISTÊNCIA
Quem quiser treinar a resistência deverá fazê-lo recorrendo a uma intensidade baixa e/ou moderada. Durante este período, o volume de treino deverá ser sempre um aspecto a ter em linha de conta. Há medida que o tempo for passando o volume de treino irá aumentar progressivamente, facto que irá despoletar uma série de adaptações no organismo que de outra forma não seriam possíveis. Em intensidades baixas ou moderadas, o sistema cardiovascular modifica-se em conjunto. Se nessa fase embrionária resolver levar o seu índice de pulsações ao limite máximo não estará a realizar um treino adequado. Se tal acontecer, o apronto estará a ser realizado incorrectamente, pois mais tarde não irá conseguir retirar em toda a plenitude os dividendos que de outro modo poderia alcançar, pois como já diz o velho adágio popular, "a pressa é inimiga da perfeição".

A "MÁQUINA" PERFEITA
Por mais generosa que seja a sua carteira, ou por muito intensa que seja a vontade de adquirir a bicicleta que viu na sua mais recente visita à loja e que teima em não lhe sair do pensamento, o certo é que não há máquina mais importante para uma boa performance do que o próprio corpo humano. Apesar de ser um instrumento que muitas vezes parece roçar a perfeição, também este tem de ser devidamente "oleado". Durante o exercício físico, diversos sistemas e órgãos são solicitados. Assim, há que realizar um processo de adaptação das células, tecidos, órgãos e sistemas, com a finalidade de preparar o organismo para suportar cargas mais elevadas.
No que diz respeito a força motriz, as pernas (mais propriamente as nossas fibras musculares) estão envolvidas num bom número de vasos capilares. O sangue flui do coração às artérias, que se ramificam e estreitam até formarem arteríolas, que se estreitam ainda mais e formam os capilares. Quando alguém pratica exercício físico, está, indirectamente, a fazer com que o sangue transporte o oxigénio, alimentando os músculos.
O segredo radica em criar o maior  número possível de vasos capilares, além de aumentar o volume do coração, do plasma e outras circunstâncias derivadas destas adaptações.
Quando as pulsações se encontram dentro das margens da resistência aeróbia, o sangue circula com muita fluidez. Deste modo, cada vez que o coração bombeia o sangue, o plasma vai de encontro às paredes dos vasos capilares. Esta acção, repetida sucessivamente, vai dar lugar a ramificação dos ditos vasos, aumentando o seu número no seio dos músculos.
Para fazer face ao aumento do número de vasos capilares, o organismo vai conceber mais plasma - componente líquido do sangue que tem como função transportar os elementos figurados e substâncias dissolvidas, como nutrientes -, situação que visa evitar a quebra repentina da pressão arterial. Por conseguinte, o coração irá receber mais líquido no seu interior. Ao ocorrer tal situação, as suas fibras musculares alargam e crescem.

O CORAÇAO DO ATLETA
Especialmente notório em desportistas de alta competição é o aumento natural do coração, devido à contínua prática de exercício físico. Tal ocorrência acarreta um maior aproveitamento do oxigénio e um menor gasto energético. Em resultado de treinos mais vigorosos irão resultar, entre outros, os seguintes efeitos cardiovasculares: menor frequência cardíaca em repouso e em qualquer nível de exercício; redução mais célere da frequência cardíaca após efectuado o apronto físico; elevação do desempenho cardíaco máximo; aumento do consumo máximo de oxigénio (V02 máximo) por parte do coração; aumento da capacidade funcional pulmonar. No fundo, o treino da resistência gera adaptações, quer a nível cardiovascular, quer respiratório. Estas mudanças irão influir, de forma directa, a libertação do oxigénio para os músculos em actividade.

Fonte "Ciclismo a fundo".

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