Viver é como andar de bicicleta. É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.

Albert Einstein

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

As mais-valias de uma planificação adequada - parte 3

ÁCIDO LÁCTICO
No entanto, "não há bela sem senão". Há medida em que os músculos são sujeitos a um esforço muito intenso, o oxigénio torna-se, por vezes, insuficiente. Para compensar esse problema, o corpo adquire energia por via anaeróbia, ou seja, sem uso de oxigénio. O "problema" de tudo isto, é que, na ausência do gás oxigénio, a glicose irá decompor-se, produzindo acido láctico. Quer isto dizer que, quanto mais ácido láctico se acumular no músculo, mais fatigado e incapaz de se contrair ele estará. Em suma, haverá um maior cansaço, podendo até ocorrer cãibras. É então imperioso neutralizar o dito ácido láctico. À partida, o plasma poderia ser um óptimo aliado, já que contem substâncias capazes de o neutralizar. Mas se o plasma já está encarregue de criar novos vasos capilares, dificilmente poderá acumular outra função.
Há que, então, trabalhar a resistência aeróbia (tarefa compreendida entre 65 e 80% da frequência cardíaca máxima). É por isso importante fazer treinos extensos (em termos de horas e quilómetros), mas numa intensidade não muito alta (endurance).
A melhoria da condição aeróbia de um indivíduo permite, por exemplo, aperfeiçoar a função respiratória, optimizar o transporte de oxigénio até aos músculos; melhorar a função cardíaca, fazendo com que o coração se torne mais eficiente; melhorar a capacidade de queimar gordura. Todavia, para além do já mencionado treino aeróbio, é igualmente importante o treino no liminar do anaeróbico, de forma a prevenir o ácido láctico. Ainda assim, o plano de treino anaeróbico só deverá ser integrado depois de já existir uma boa base aeróbia, já que é muito desgastante para o organismo. Este tipo de treino poderá ser obtido de duas formas: ou produzindo largas quantidades de acido láctico, realizando esforços de alta intensidade em períodos relativamente curtos (1 ou 2 minutos); ou fazendo esforços ligeiramente menos intensos, mas com uma duração superior (5-1O minutos). O treino anaeróbica permitirá a melhoria da capacidade de eliminar o acido láctico e também a capacidade do organismo tolerar a sua presença.



O TRABALHO ESPECÍFICO
Rematada que foi a fase preparatória, seguir-se-á o treino de "qualidade", cuja duração está compreendida entre as seis e as oito semanas. Se no momento anterior o volume de treino sobrepunha-se às demais características, nesta etapa é a intensidade a adquirir "as luzes da ribalta ". No entanto, e ao contrário do que se poderia supor, este momento não implica uma quebra radical com o anterior. Quer isto dizer, que durante algum tempo, o volume de treino deverá manter-se, característica que, gradualmente, vai dando lugar à intensidade. À medida em que aumenta a intensidade, diminui o volume. Tal padrão será um "auxílio" à adaptação do organismo a um novo estádio. Ainda assim, a resistência aeróbia não poderá ser esquecida.
Debruçando-nos um pouco sobre o trabalho específico, este deverá incluir séries, intervalos e repetições com muita intensidade. Por conseguinte, desenvolver-se-á a força, a velocidade e a resistência. Cada um destes itens será preponderante para o objectivo final a que o individuo se proponha.



O REGRESSO À ACALMIA
No caso de quem faz competição, seguir-se-á o período mais activo, o qual compreenderá uma duração que irá variar consoante a disciplina do atleta, os objectivos, a preparação, etc.
Mas, passado esse fulgor, é importante saber como fazer a transição para um período de maior acalmia. Esta nova fase poderá surgir tanto para os que dizem o seu "adeus" à temporada, como para aqueles que, ainda em competição, desejam um período de transição para um novo pico de forma. Há várias formas de efectuar essa transição, tal como é disso exemplo a realização de pequenas paragens de actividade (uma semana ou 10 dias). No entanto, o mais indicado é a combinação com outras actividades desportivas.
Estas são algumas dicas para uma boa planificação da época velocipédica. No entanto, tal como já fizemos menção, estas terão de ser adaptadas, consoante o tipo de actividade que é desenvolvida. Em suma, tudo para que o ciclismo seja a sua arma de eleição na altura de optar por um estilo de vida pautado pela prática de exercício físico. Contudo, nunca descure, já que, como tudo na vida, também a prática velocipédica só é devidamente proveitosa quando realizada com conta, peso e medida.

Fonte "Ciclismo a fundo".

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